terça-feira, 13 de agosto de 2013

Porto e canais - 5º ano D - 2013

OS HISTÓRICOS CANAIS DE SANTOS


    Foi durante nossa viagem de estudo de meio que conhecemos os canais de Santos, além de ser uma das coisas mais importantes da cidade, os canais eram um dos focos de estudo do 5º D, mas foi só no último dia da viagem (13/06/2013), que pudemos explorar este local que já tem mais de cem anos de existência.
    A impressão que dá é de que nenhum morador da cidade de Santos sabe o nome do bairro onde mora. Afinal, para se localizar eles perguntam: fica em qual canal?
    A explicação para isto é simples, os principais bairros da cidade de Santos são “cortados” por canais.
    Mas como surgiram estes canais? Tudo aconteceu por causa das péssimas condições ambientais de Santos, na segunda metade do século XIX. A cidade tornava-se o “porto do café”, mas não estava preparada para isso: não tinha infraestrutura para aguentar o volume de exportação de café trazido pela estrada de ferro. Devido à quantidade de trabalho disponível, muitos imigrantes e brasileiros começaram a “superpopular” a cidade.
    Com isto, a cidade sofreu um “inchaço” populacional e tinha uma série de epidemias que matavam muito por causa da falta de higiene, da escassez de água e sistema inadequado de esgoto.

    Como Santos é uma cidade quente, úmida, chuvosa e plana, quando havia o encharcamento da planície, ela se  tornava o “paraíso” dos mosquitos da febre amarela, principalmente no verão.
    A solução foi à construção destes canais, que foram construídos por Saturnino de Brito, o objetivo era escoar a água da terra da cidade para o mar.
    Os canais foram construídos a partir das proximidades da divisa com a cidade de São Vicente.     Primeiro foi construído o Canal 1, e depois, paralelamente a este, à 1km de distância, o Canal 2, e assim por diante, até o Canal 7, inaugurado há pouco mais de 30 anos.



  Canal rua Rangel Pestana – inauguração

     Mas a obra não parou por ai, atualmente existem novos canais, veja na imagem abaixo a vista aérea dos canais e avenidas correspondentes.



    Ao contrário do que pensam a maioria dos turistas que frequentam as praias de Santos, os canais, não foram criados para jogar o esgoto da cidade no mar, e sim para drenar a água do solo encharcado de Santos.
    Para que fique claro, o esgoto da cidade, só é lançado ao mar, após tratamento pela SABESP[1], por meio do Emissário Submarino, também chamado de Píer pelos surfistas, que fica na praia do José Menino, próximo à divisa com São Vicente.
     A grande questão é que hoje, em pleno século XXI a população parece não dar o valor devido a estes canais, de maneira geral é possível encontrar muito lixo lá dentro, muitas vezes realmente chega a parecer um esgoto a céu aberto.
Alunos do 5º D


UM PORTO QUE NÃO PARA.
    Um dos locais mais importantes da cidade de Santos é com certeza o Porto, com o objetivo de estudar as Transformações do Espaço por meio da pergunta: Como foram e são organizadas as cidades? Os alunos do 5º ano da Escola Viva saíram de São Paulo entre os dias 11 e 13 de junho e exploraram este local que encanta, tanto por sua estrutura grandiosa, quanto pela quantidade de mercadorias que movimenta ao longo dos dias.
    O Porto de Santos foi fundado em 2 de fevereiro de 1892, neste momento quem administrava era a     Companhia Docas de Santos; sua localização era na área denominada até hoje de Valongo e sua extensão tinha 260 m de cais.
    Naquela época o primeiro navio que atracou no porto foi o inglês "Nasmith".

    De certa maneira, o Porto de Santos nasceu junto com a colonização do Brasil.
    Quando Braz Cubas veio para o Brasil na expedição colonizadora de Martin Afonso de Souza, em 1532 teve a ideia de transferir o porto da baía de Santos para o interior do canal, em águas protegidas do vento e das ondas, e também do ataque de piratas, que saqueavam com frequência os povoados do litoral brasileiro.
    No começo o Porto de Santos não era tão avançado como hoje. O trabalho era físico e a capacidade do porto ainda era pequena.
    Com a chegada do café em 1850, e sua expansão por todo o Planalto Paulista, foi necessária a construção da São Paulo Railway, em 1867, que ligava São Paulo a cidade de Santos.
    O café foi muito importante para Santos. O porto de Santos começou a comercializar pelo mundo todo o café e isso gerou dinheiro para a urbanização de Santos. Essa fase boa da cidade atraiu muitos imigrantes em busca de emprego.
    A cultura do café cresceu por todo o Planalto Paulista, atingindo inclusive algumas áreas da Baixada Santista e com isto veio a necessidade de ampliar e modernizar as instalações portuárias.

    Em 12 de julho de 1888, o grupo liderado por Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle foi autorizado a construir e explorar, por 39 anos, depois ampliado para 90 anos, o Porto de Santos. Foi criada então a empresa Gaffrée, Guinle & Cia., com sede no Rio de Janeiro, mais tarde transformada em Empresa de Melhoramentos do Porto de Santos e, em seguida, em Companhia Docas de Santos.

 (Companhia Docas de Santos)

    O novo porto não parou mais de crescer, em nossa visita descobrimos que açúcar, café, laranja, algodão, adubo, carvão, trigo, sucos cítricos, soja, veículos, granéis líquidos diversos, em milhões de quilos, é o cotidiano do porto, que já movimentou mais 60 milhões de toneladas de cargas até hoje. O porto entrou em nova fase de exploração e muitas empresas estão arrendando algumas de suas instalações.

(Porto de Santos, vista do mar, foto tirada pelos alunos durante o Estudo de Meio)



[1] SABESP - Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo.