terça-feira, 13 de agosto de 2013

Monte Serrat - 5º ano B - 2013

Experiência sobe e desce
A diferente vida dos moradores que descem e sobem as escadarias do Monte Serrat
Alunos do 5°B

Imagine morar em um lugar que para comprar um pãozinho quente é preciso descer (e subir) mais de 400 degraus! Existe um lugar assim, o Monte Serrat, em Santos – SP.
            O Monte Serrat é um lugar em que moram muitas pessoas. Elas não têm dinheiro o suficiente para morar em um lugar com maior infra-estrutura e mais seguro em relação ao deslizamento de solo,  que já derrubou algumas casas. Lá é um lugar que, para subir o morro, não dá para ir de carro, apenas a pé, de moto (pelas escadas) ou de funicular (que é caro). Moradores nos contaram jeitos bem diferentes de como levam coisas grandes e pesadas para suas casas e o que fazem quando há uma emergência.

O FUNICULAR
Para subir no Monte, há um bonde funicular de 1867 por R$ 21,00 ou a pessoa sobe os 407 degraus. Lá no topo tinha um cassino, que as pessoas mais ricas da época frequentavam. Hoje é um mirante com uma vista excepcional da orla de Santos e o do Porto.
 
Subida do funicular

   Vista do mirante do Monte Serrat

Lá em cima também tem uma capela com uma santa chamada Nossa Senhora do Monte Serrat. Ela existe porque um dia os piratas invadiram a Vila de Santos e os moradores se refugiaram no topo do Monte Serrat e quando eles foram saquear o lugar, houve um deslizamento, que os assustou e eles foram embora de Santos.

            
                      Igreja Nossa Senhora de Monte Serrat                                          Vista da Igreja

Todo ano, no dia 8 de setembro, há uma procissão em homenagem para Nossa Senhora do Monte Serrat. Na descida das escadas, há diversas paradas em que as pessoas param para rezar durante essa homenagem.

Parada da procissão
ESCADARIAS
 A vida ali não é fácil. Os moradores tem que descer e subir todos os dias 407 degraus para fazer suas coisas. Segundo a moradora Simone, de 38 anos, “Para levar objetos pesados para casa, tenho que levá-los no ombro, na cabeça ou pago a outros moradores para levarem pra mim.” Já Vanilda, 40 anos, disse que leva os eletrodomésticos nas costas para sua casa e também disse que não há área de lazer por perto.
Lá não há opções de lazer como praças, trabalho ou outras coisas importantes para a vida das pessoas. Segundo Soraia, 40 anos, “não tem nada de hospitais, escolas etc.” Ela foi morar lá em cima porque o namorado vive ali. “Acho que é um bom lugar para visitar, mas não para morar”, continua.  Já Gabriela, de 18 anos, fala que não gosta de lá e só foi morar lá por causa do pai e que gostaria de morar num lugar que tivesse escola, hospital, rua e que seria um milagre ela conseguir sair dali.
Uma moradora relatou casos em que as pessoas se machucaram ou ficaram doentes e tiveram que descer todas as escadas para serem atendidos e que no posto mais próximo é muito difícil conseguir uma vaga.
Por uma falta de opção, algumas pessoas vão morar no Monte Serrat. Segundo Eloise, de 21 anos, ela foi obrigada a morar lá porque não tem dinheiro suficiente.  Ela também disse que quando juntar dinheiro sairá de lá. O deslizamento de terra é outro problema do Monte. Matheus, de 50 anos e morador do Monte há 20, disse que já se acostumou com as casas inclinadas no morro e contou que já viu várias casas caírem morro abaixo e pessoas morrerem.
Pode parecer uma contradição, mas há pessoas que gostam de morar lá, como Maria Geralda, de 57 anos. Isso porque ali, apesar das escadas,  ainda é uma opção melhor que outros lugares.
FONTE DO ITORORÓ
 “Eu fui no Itororó beber água e não achei (...)”
No final do Monte Serrat está a fonte do Itororó, onde antes as pessoas iam com seus baldes e bacias pegar água para fazer suas coisas em casa.


Visitar o Monte Serrat é uma boa experiência, com uma vista muito bela. Descer as escadarias é uma oportunidade de conhecer a vida das pessoas que vivem ali. Vale a pena ir!